Uma vitória simples é suficiente para o Timão
conquistar o maior título de sua Vida.
Nenhum
dos 5.317 jogos já disputados pelo Corinthians em seus quase 102 anos de
história será tão importante como o de hoje, às 21h50, contra o Boca Juniors,
no Pacaembu. Depois de tantas tentativas, os corintianos nunca estiveram tão
perto de alcançar o céu. Nunca estiveram tão próximos de se livrar das
provocações dos rivais, chegar ao topo da América, bater no peito e gritar em
alto e bom som: "Eu sou campeão da Libertadores!".
Faltam apenas 90 minutos. Um gol. Uma vitória simples, um mísero 1 a 0
(como tantos outros que marcaram esse aguerrido time de Tite) será o suficiente
para o Alvinegro conquistar o título mais importante da sua história,
o mais desejado pelo seu fanático torcedor.
A confiança é enorme não só pelo fato de a equipe - formada apenas por
operários - ter chegado a um patamar que nenhum outro time na história do clube
(mesmo cheio de craques) conseguiu atingir. Tudo parece estar conspirando a
favor do Timão esse ano. Basta lembrar que a caminhada da equipe começou com um
empate por 1 a 1 diante do Deportivo Táchira, na Venezuela, garantido apenas
nos acréscimos com um gol de cabeça de Ralf.
Construção da "muralha",
Depois, veio o "surgimento" de Cássio nas oitavas de
final contra o Emelec. O time que tinha um goleiro nada confiável (Júlio
César) passou a contar com a segurança do grandalhão de 1,95 metro. Foi ele,
inclusive, um dos principais responsáveis pela eliminação do Vasco nas quartas
de final ao defender um chute cara a cara de Diego Souza - no finzinho,
Paulinho, de cabeça, garantiu a vaga.
Veio as semifinais e, mais uma vez, o Corinthians mostrou que estava
iluminado. Na Vila Belmiro, Emerson acertou um chute de rara
felicidade e a defesa conseguiu brecar o atual campeão Santos e Neymar. No
Pacaembu, o craque santista furou o paredão corintiano (foi o primeiro e único
gol que a equipe sofreu jogando em casa), mas aí brilhou a estrela de Danilo e
o empate por 1 a 1 colocou o time em sua primeira final de Libertadores.
O xodó
A maior prova de que tudo parecia estar a favor do time veio em plena La
Bombonera, no primeiro jogo da decisão contra o Boca Juniors. O jogo caminhava
para o fim e os argentinos venciam por 1 a 0 quando Tite resolveu renovar o
fôlego do ataque trocando um cansado Danilo por um inspirado Romarinho. E na
primeira bola que recebeu o garoto de 21 anos virou o novo xodó da Fiel.
Aquele empate facilitou, e muito, a vida do Corinthians para a partida
de hoje. Não faz parte da vocação desse time sair para o ataque em busca do
resultado para reverter um placar adverso. Esse Corinthians não gosta de se
arriscar muito, se expor. É o time do ataque na base do conta-gotas, que
prefere controlar a partida ao seu modo para dar o bote na hora certa.
Conservador
Essa estratégia tem funcionado muito bem até aqui. Em 13 jogos, o
Corinthians está invicto. Venceu sete partidas e empatou seis, com 20 gols
marcados e apenas quatro sofridos. Em casa, a equipe chegou a ficar cinco jogos
sem ser vazada. Pragmático, Tite não mexerá na equipe. Mesmo com a ótima fase de
Romarinho, ele ficará na reserva. Recuperado de lesão, Jorge Henrique está
mantido entre os titulares.
Novo empate hoje leva a decisão para a prorrogação. Se a igualdade
persistir, o campeão será conhecido nos pênaltis. No treino de ontem, o
aproveitamento foi ótimo: de 39 cobranças, os titulares acertam 33.
Experiência
Se no Corinthians a motivação é enorme, o Boca também está confiante. O
time aposta no seu ótimo histórico na Libertadores para levantar a taça. Esta é
a décima final do clube, campeão seis vezes. Se ganhar esse ano, se igualará ao
Independiente como maior vencedor da Libertadores.
Ficha Técnica
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 4 de julho de 2012, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
A: Wilmar Roldan (COL)
A1: Abraham Gonzalez (COL)
A2: Humberto Clavijo (COL)
Corinthians: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro
Castán e Fábio Santos; Paulinho, Ralf e Alex; Jorge Henrique, Emerson e Danilo. Técnico: Tite
Boca Juniors: Orion; Sosa, Caruzzo, Schiavi e
Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza, Erviti e Riquelme; Pablo Mouche e Santiago
Silva. Técnico: Julio César
Falcioni
FI
Agência
Estado